Anna Valéria Gueldini
Setembro: mês de conscientização do câncer ginecológico

Setembro é o mês da conscientização do câncer ginecológico e traz consigo ações em vários âmbitos que reforçam a importância de se manter em dia a saúde feminina. No Brasil, o câncer ginecológico (mama, colo do útero, endométrio e ovário) representa quase a metade de todos os cânceres femininos. O câncer do colo do útero é passível de prevenção através da vacina contra o HPV, recomendada para meninas de 9 a 13 anos, e meninos de 11 a 13 anos. Também é uma doença passível de diagnóstico e tratamento precoces. Já o câncer de endométrio vem crescendo de maneira assustadora devido à mudança do perfil da nossa população feminina (menor número de gravidezes e sobretudo a obesidade).

Portanto, manter-se informada sobre o assunto, torna-se fundamental. E no caso do câncer ginecológico, pode ajudar a salvar vidas.

As estratégias para a detecção precoce do câncer ginecológico são o diagnóstico precoce (abordagem de pessoas com sinais e/ou sintomas nas fases iniciais da doença) e o rastreamento (aplicação de teste ou exame numa população assintomática, aparentemente saudável, com o objetivo de identificar lesões sugestivas de câncer e, a partir daí, encaminhar as mulheres com resultados alterados para investigação diagnóstica e tratamento).

Câncer de mama

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o tipo de câncer mais comum e que leva à maior mortalidade nas mulheres.

Não existe uma única causa: existem diversos fatores de risco associados. Dentre eles, destacam-se: ser mulher, idade (4 em cada 5 casos ocorrem após os 50 anos), alterações genéticas (mutações nos genes BRCA1 e BRCA2), obesidade, sedentarismo, etilismo, tabagismo e ter antecedente familiar de câncer de mama e de câncer de ovário.

Rastreamento: de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, deve ser realizada mamografia anual a partir dos 40 anos. Já a idade para o final deste rastreamento deve ser discutida individualmente, levando-se em consideração a expectativa de vida de cada paciente. Em casos específicos, como quando há histórico de casos de câncer de mama na família, o médico pode solicitar o exame em idades mais jovens e intervalos mais frequentes.

Câncer de colo uterino

Causado pelo vírus HPV, especialmente pelos subtipos 16 e 18, é o terceiro tipo de câncer que mais acomete as mulheres brasileiras. É a quarta causa de morte por câncer entre as brasileiras.

Fatores de risco: início muito precoce da vida sexual, múltiplos parceiros, tabagismo e histórico de verrugas genitais.

Rastreamento: exame de Papanicolau, realizado anualmente ou a cada três anos, depois de dois exames consecutivos com resultado normal. Oferecido para toda mulher que tem ou já teve vida sexual, dos 25 aos 64 anos de idade.

Câncer de ovário

Está entre o segundo e terceiro tipo de câncer mais prevalente no Brasil, com variação regionais.

A doença ainda não possui fatores de risco estabelecidos em muitos casos – por isso a prevenção é tão difícil. Os especialistas sabem que há relação com a idade (acima de 50 anos) e aspectos hormonais, ambientais e hereditários. Porém, cerca de 90% dos casos ocorrem sem causa conhecida.

Fatores considerados de risco: idade, primeira menstruação precoce e menopausa tardia, obesidade, antecedente familiar de câncer de mama e de câncer de ovário, e alterações genéticas (mutações nos genes BRCA1 e BRCA2).

Além disso, não existem sintomas específicos e o diagnóstico é bem difícil. Também não há exames de rastreamento e 75% dos casos são descobertos em estágio avançado. Portanto, a mortalidade pela doença continua elevada: aproximadamente seis em cada dez pacientes falecem em decorrência do tumor no ovário.

Câncer de endométrio

Pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas é mais comum em mulheres que já se encontram na menopausa. É a oitava causa de câncer entre os mais comuns no sexo feminino e vem crescendo assustadoramente entre as mulheres brasileiras.

Fatores de risco: obesidade, nunca ter tido filhos, primeira menstruação precoce e menopausa tardia, predisposição genética, diabetes mellitus, falta de ovulação crônica, hiperplasia (crescimento) endometrial.

O sintoma mais encontrado é o sangramento vaginal anormal. Isso envolve sangramentos mais intensos que o habitual, fora do período menstrual, entre os ciclos menstruais ou quando a mulher havia parado de menstruar em decorrência da menopausa e começou a apresentar episódios de sangramento.

Rastreamento: não há evidência científica de que o rastreamento deste tipo de câncer traga mais benefícios do que risco e, portanto, até o momento, ele não é recomendado. Por isso, torna-se fundamental a visita anual ao ginecologista para o rastreamento de alguns sinais e sintomas sugestivos desta doença, especialmente após os 50 anos de idade, tais como sangramento vaginal após a menopausa.

Importância da visita anual ao ginecologista para o rastreamento

O exame clínico ginecológico aliado ao rastreamento e detecção precoce dos diferentes tipos de câncer ginecológico continuam sendo a melhor estratégia a ser adotada frente a doenças tão desafiadoras na prática clínica.

Lembrando que a detecção da doença em estágio inicial permite um tratamento menos agressivo, com melhor qualidade de vida, menos efeitos colaterais e com maiores taxas de cura.

E você, está com sua rotina ginecológica “em dia”?

Perfil

Foto Perfil

Dra. Anna Valéria

Veja o perfil

Categorias

Dados de Contato

Dra. Anna Valéria Gueldini de Moraes
CRM-SP 101.372 • TEGO 0084/2003 • RQE nº46802

Consultórios

CAMPINAS
Av. Orozimbo Maia, 360 - 6º andar
CEP 13024-045 - Vila Itapura
Campinas - SP

Agendamentos:
Whatsapp: (19) 99920-1900
Email: annagueldini@gmail.com

ARARAS
Rua Benedita Nogueira, 70
CEP: 13600-120 - Centro
Araras - SP

Agendamentos:
(19) 99296-5167
(19) 3544-2478
Email: annagueldini@gmail.com