Padrões de Beleza Corporal
Quando você olha para o espelho, o que vê? Consegue apontar suas qualidades? Ou só enxerga seus defeitos?
Aceitar o próprio corpo e tudo o que vem com ele nem sempre é uma tarefa fácil. Ainda mais com o bombardeio constante de informações nas mídias sociais.
Da barriga “negativa” às curvas mais avantajadas, cada vez mais percebemos uma tendência de neutralidade, de corpos livres, da relativização da beleza e do incentivo ao amor próprio. E aprendemos a desconfiar dos efeitos nocivos dos padrões impostos socialmente. Mas ainda continuamos vulneráveis ao excesso de informações que fixam os padrões de beleza.
O “Body Positivity”, por exemplo, é um movimento social que defende a aceitação de todos os corpos, independentemente da capacidade física, tamanho, sexo, raça ou aparência. A ideia em torno do movimento de positividade corporal está centrada na noção de que as pessoas precisam se amar ao máximo, enquanto aceitam suas características físicas. Embora a positividade corporal seja percebida como a celebração da própria aparência física, qual seria o limite entre o que é aceitável e o que é patológico? Ou seja, será possível ser saudável, independentemente do peso corporal?
Polêmicas e movimentos à parte, os extremos da balança podem ser muito prejudiciais para a saúde feminina.
Na fase reprodutiva, as mulheres precisam manter o percentual de gordura adequado para produzir hormônios de forma eficiente. Assim, quando a mulher faz dietas restritivas em busca de um baixo percentual de gordura corporal, mudanças adaptativas suprimem as funções hormonais e podem resultar em irregularidade menstrual, ausência da menstruação, alterações reprodutivas (com maiores taxas de infertilidade), alterações ósseas, alterações de pele e cabelos, dificuldade em sintetizar proteínas (prejudicando o ganho de massa muscular), alterações na imunidade, alterações do humor, prejuízo na cognição, piora na concentração, coordenação e memória e, consequentemente, menor desempenho esportivo e maior afastamento por lesões.
A obesidade na fase reprodutiva feminina, caracterizada pelo aumento de gordura corporal em relação à massa magra, por sua vez, está associada a síndrome dos ovários policísticos, anovulação crônica, infertilidade, perdas gestacionais, diabetes gestacional e maior risco obstétrico. Para as mulheres climatéricas, associa-se a desfechos de saúde desfavoráveis, como aumento do risco cardiovascular e aumento do risco de câncer.
Portanto, torna-se fundamental o discernimento entre beleza e saúde. Especialmente quando para a saúde feminina!