Anna Valéria Gueldini
Menopausa e Obesidade

Você sabia que a obesidade está relacionada a vários problemas de saúde?

A obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública do mundo: acredita-se que 1 em cada 5 adultos em todo o mundo fique obeso até 2025. E no Brasil, não é diferente: a obesidade já acomete um em cada cinco habitantes, sendo que mais da metade da população está acima do peso normal (na faixa de sobrepeso e obesidade).

As causas da obesidade são complexas e multifatoriais e incluem fatores genéticos, hormonais, ambientais, comportamentais, sociais, culturais, entre outros. 

A obesidade é fator de risco para uma série de doenças. O indivíduo obeso tem mais propensão a desenvolver problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, além de problemas físicos como artrose, pedra na vesícula, artrite, cansaço, refluxo esofágico, tumores de intestino e de vesícula. A obesidade pode também mexer com fatores psicológicos, acarretando diminuição da autoestima e depressão.

Portanto, obesidade é doença!

Como é feito o diagnóstico da obesidade?

A obesidade é diagnosticada através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Esse índice é obtido dividindo o peso (em Kg) do paciente pela sua altura (em metros) elevada ao quadrado. De acordo com o padrão utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), quando o resultado fica entre 18,5 e 24,9 kg/m2, o peso é considerado normal. Entre 25,0 e 29,9 kg/m2, sobrepeso, e acima de 30 kg/m2 a pessoa é considerada obesa.

Qual o impacto da obesidade na vida feminina?

Várias doenças femininas estão associadas à obesidade

A obesidade interfere na fertilidade feminina: mulheres obesas apresentam mais irregularidade menstrual e uma chance menor de engravidar naturalmente quando comparadas às mulheres com peso normal. Outra disfunção reprodutiva que se associa fortemente a obesidade é a síndrome dos ovários policísticos. 

Do ponto de vista obstétrico, a obesidade está associada a uma ampla gama de problemas de saúde como perdas gestacionais, diabetes gestacional, hipertensão arterial na gravidez e maior risco obstétrico. 

Além disso, a obesidade está associada ao câncer ginecológico hormônio-dependente, como o câncer de mama e de endométrio.

Além do aumento de risco para outras doenças, a obesidade feminina pode interferir nos relacionamentos sociais e romances, devido à diminuição da autoestima e prejuízo no relacionamento sexual.

Obesidade e menopausa

O estrogênio desempenha um papel vital no armazenamento e na distribuição da gordura corporal. Antes da menopausa, o estrogênio deposita gordura preferencialmente nas coxas, quadris e glúteos. Na perimenopausa e após a menopausa, a queda nos níveis estrogênicos leva a um aumento na gordura corporal total, principalmente de distribuição central (abdominal e visceral).

A mulher que está na peri-menopausa (entre 40 e 50 anos) percebe uma nítida mudança no seu metabolismo, em virtude das alterações hormonais deste período: existe uma tendência de ganho fácil de peso. De acordo com a literatura, o ganho ponderal pode atingir 0,25 a 0,7 Kg por ano. O próprio processo de envelhecimento leva à diminuição da massa corporal magra, reduzindo a taxa metabólica de repouso, resultando na diminuição do gasto energético tanto basal como total. 

Mulheres obesas na pós-menopausa têm um risco geral de mortalidade mais alto, com um aumento de até quatro vezes nas mortes cardiovasculares naquelas com índice de massa corporal (IMC) superior a 29 kg/m2.

As mulheres obesas sofrem ondas de calor mais severas e apresentam maiores taxas de disfunção sexual durante a menopausa, de acordo com um estudo populacional realizado pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, em Campinas (SP).

O excesso de peso corporal está associado ao desenvolvimento de pelo menos 13 tipos diferentes de câncer, incluindo de mama, de útero (endométrio), do trato intestinal (cólon e reto, esofágico, pâncreas, vesícula biliar e gástrico), dos rins, do fígado, dos ossos (mieloma múltiplo), do ovário e da tireoide.

Obesidade e Covid-19

Além de aumentar a chance de complicações como diabetes e pressão alta, a obesidade pode contribuir para o agravamento dos pacientes com Covid-19.

A obesidade é um processo crônico de baixo grau inflamatório e a Covid-19 também causa processos inflamatórios. Ou seja, a gravidade pode ser maior para quem é obeso, independentemente da idade. 

O excesso de peso sobrecarrega o organismo como um todo, forçando o coração, os pulmões, fígado, rins e pâncreas, além das articulações. O esforço afeta a capacidade pulmonar, já que é preciso levar oxigênio para uma área muito maior do que a capacidade do pulmão. Sendo assim, a obesidade também pode prejudicar a capacidade respiratória, que é fortemente afetada em pacientes com a doença causada pelo novo coronavírus. Além disso, estudos demonstraram que o tecido adiposo fragiliza o sistema imunológico. Portanto, quanto mais obeso, mais vulnerável o paciente é à ação de vírus e bactérias.

Prevenção ainda é o melhor caminho!

A obesidade afeta consideravelmente a saúde física, emocional e psicossocial das mulheres. Torna-se fundamental instaurar mudanças de fatores do estilo de vida que podem ser modificados, como reeducação alimentar e a prática de atividade física regular. É preciso ficar mais atenta em períodos de isolamento social e tentar manter os hábitos saudáveis, mesmo durante o confinamento. Essas medidas iniciais são as melhores formas de prevenir os efeitos da obesidade na saúde feminina, reduzindo o aparecimento de futuras doenças e evitando o desenvolvimento de diversas complicações.

Perfil

Foto Perfil

Dra. Anna Valéria

Veja o perfil

Categorias

Dados de Contato

Dra. Anna Valéria Gueldini de Moraes
CRM-SP 101.372 • TEGO 0084/2003 • RQE nº46802

Consultórios

CAMPINAS
Av. Orozimbo Maia, 360 - 6º andar
CEP 13024-045 - Vila Itapura
Campinas - SP

Agendamentos:
Whatsapp: (19) 99920-1900
Email: annagueldini@gmail.com

ARARAS
Rua Benedita Nogueira, 70
CEP: 13600-120 - Centro
Araras - SP

Agendamentos:
(19) 99296-5167
(19) 3544-2478
Email: annagueldini@gmail.com