A libido é a energia vital que impulsiona o humano para a auto preservação da espécie humana. É o desejo que movimenta. Na esfera sexual, ela é a precursora necessária para que a relação sexual ocorra. Numa linguagem bem simples, ela pode ser definida como a vontade de ter relação sexual, fundamental para a excitação e o prazer durante o ato sexual.
A libido varia muito de mulher para mulher e também pode naturalmente mudar durante os diferentes ciclos da vida feminina. Não é incomum ter-se períodos de baixa libido, por exemplo, após o nascimento de um bebê ou durante os períodos estressantes da vida, como, por exemplo, a pandemia que se vive atualmente. Outro período em que pode haver diminuição substancial do desejo sexual é a menopausa, devido à queda dos níveis hormonais.
Você sabia que o desejo sexual é provocado em maior escala no cérebro ao invés dos genitais femininos?
O simples fato de pensar na pessoa amada promove uma série de alterações bioquímicas cerebrais que geram impulsos elétricos, levando a respostas hormonais pelas glândulas sexuais, que deixam o corpo num estado de excitação. A excitação varia de acordo com o indivíduo e época. Em outras palavras, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero, o que excita alguém pode não excitar outra pessoa. E isso ainda pode mudar com o passar do tempo.
Para a maioria das mulheres, a baixa libido, também conhecida como desejo sexual hipoativo, pode ter um grande impacto negativo na qualidade de vida. A baixa libido pode afetar a saúde mental, bem-estar e relacionamentos pessoais.
Conheça as principais causas da baixa libido:
- Alterações nos níveis hormonais – isso pode ocorrer em momentos como após o nascimento de um bebê, durante a menopausa, após uma cirurgia ginecológica, especialmente se os ovários forem removidos ou durante tratamentos oncológicos.
- Menopausa – sintomas como ondas de calor e suores noturnos podem resultar em perda de sono, causando cansaço e letargia. A secura vaginal associada à menopausa geralmente deixa a relação sexual desconfortável e dolorosa, com impacto negativo na motivação sexual.
- Alterações corporais, como ganho de peso, especialmente durante a menopausa, podem afetar o sentimento da mulher sobre si mesma e piorar a libido.
- TPM – tensão pré-menstrual – dores de cabeça, inchaço e cólicas abdominais podem fazer as mulheres sentirem menos vontade de fazer sexo.
- Medicamentos – alguns medicamentos podem afetar o funcionamento dos hormônios no corpo, através de efeitos no sistema nervoso central ou periférico ou devido a efeitos hormonais, resultando em baixa libido. Os medicamentos que potencialmente podem interferir na resposta sexual são os antidepressivos, os antipsicóticos, os antiandrogênicos (Iciproterona, espironolactona), o beta bloqueadores adrenérgicos, os anti-hipertensivos de ação central (metildopa, reserpina), os bloqueadores H2 histamina (cimetidina, ranitidina) e os anticoncepcionais orais. Por outro lado, outros medicamentos podem também melhorar a qualidade de vida sexual das mulheres, tratando doenças que anteriormente estavam interferindo em suas relações sexuais.
- Psicológico – estresse, ansiedade, insatisfação com a imagem corporal, problemas sexuais passados ou presentes, como um trauma sexual, repressão sexual, valores negativos com relação a sexualidade, podem afetar o desejo por sexo.
- Relacionamentos – relacionamentos infelizes, relação conflituosa de longa duração, rotina relacional, ausência do ritual de sedução, preliminares insuficientes, disfunção sexual da parceria, períodos de estresse ou baixa compatibilidade sexual com um parceiro podem afetar a libido.
- Quebra de contrato matrimonial – traições cursam com desejo sexual reduzido e dificuldade de entrega no ato sexual
- Desconhecimento do próprio corpo e da anatomia genital – geralmente acarretam inibição sexual e dificuldade de entrega no ato sexual
- Condições médicas – condições crônicas de saúde, como diabetes, hipertensão arterial, anemia, neuropatias, depressão, ansiedade, hiperprolactinemia e problemas de tireóide podem causar baixos níveis de energia e diminuir o desejo por sexo. Outras condições, como endometriose, doença inflamatória pélvica ou infecção do trato urinário, podem tornar o sexo doloroso, conhecido como dispareunia, e atrapalhar o desejo sexual.
O desejo sexual é um sentimento pessoal e individualizado que muda com contextos específicos de saúde, sociais e coletivos. Ele envolve gestos, atitudes, comportamentos, predisposições e interações. A inatividade sexual ou falta de desejo pode ser bastante normal para algumas mulheres e só deve ser abordada se causar angústia pessoal.
Por isso, torna-se importante compreender as influências psicossociais, emocionais, culturais e situacionais que acompanham as mulheres após a menopausa e que podem influenciar os vários aspectos da sexualidade feminina.