Anna Valéria Gueldini
Incontinência urinária atlética

É normal perder urina durante a prática esportiva? Se você convive com esse problema, saiba um pouco mais sobre o assunto!

A incontinência urinária atlética consiste na perda involuntária de urina durante a prática esportiva. Em mulheres, o esporte de alto rendimento e alto impacto aumenta em oito vezes o risco para incontinência urinária, que depende muito da modalidade esportiva praticada.

Apesar do esporte ser benéfico para mulheres de todas as idades e estar associado a benefícios de saúde e qualidade de vida, as adeptas à prática esportiva de alta performance correm risco de desenvolver condições resultantes de exercícios contínuos de alto impacto, como disfunção do assoalho pélvico, que podem ocasionar prolapso genital, incontinência urinária e incontinência fecal. Salto, aterrissagens de alto impacto e corrida têm sido associados à maior prevalência de incontinência urinária, mesmo em mulheres jovens.

 

Diferentemente da incontinência urinária de esforço, na qual ocorre vazamento de urina durante a tosse, espirros ou elevação de peso, essas mulheres jovens relatam o sintoma apenas durante o exercício. Portanto, o termo incontinência atlética seria o mais apropriado para descrever tal condição, pois as pacientes queixam-se da perda urinária apenas durante o exercício físico e não perdem urina durante suas outras atividades.

A incontinência urinária atlética acomete mulheres jovens, que nunca engravidaram e com índice de massa corporal adequado. Essas mulheres não têm os fatores de risco clássicos para disfunção do assoalho pélvico, como idade, paridade e obesidade. A explicação de como ocorre a perda de urina nestas atletas não é fácil, e inclui vários fatores como os biomecânicos (impacto e deslocamento do assoalho pélvico durante o exercício), o aumento da pressão intra-abdominal, a deficiência de energia para o exercício (treina muito e come pouco ou com qualidade ruim) e a hipermobilidade articular.

 

Como é feito o diagnóstico deste problema?

Os testes convencionais para investigar perdas urinárias, como o estudo urodinâmico, podem não reproduzir a situação em que ocorre a perda urinária nessas atletas. Portanto, o diagnóstico é clínico e deve ser realizado por um médico especialista no assunto.

Existe tratamento para a condição?

A fisioterapia pode melhorar a incontinência atlética e ajudar as esportistas no condicionamento muscular do assoalho pélvico, ajustando a terapêutica à cada modalidade esportiva. Muitas atletas usam dispositivos vaginais, como tampões ou pessários, para minimizar a perda de urina.

Dietas restritivas e o uso de suplementos lícitos e ilícitos são comuns e devem ser avaliados antes do tratamento.

Portanto, a incontinência atlética é uma condição específica que ocorre em mulheres jovens e apenas enquanto praticam esportes. Por esse motivo, deve ser avaliado e tratado de forma diferente das outras categorias de incontinência urinária.

Atualmente no Brasil existe um super time de especialistas de várias universidades, composto por estudantes de graduação, pós-graduação e docentes da área da saúde, como medicina, fisioterapia, enfermagem e nutrição, que uniram esforços e criaram o Cross Continence Brazil. Esse grupo tem como objetivos determinar a prevalência de perda involuntária de urina em praticantes de CrossFit ® no Brasil, bem como o impacto desta modalidade esportiva no assoalho pélvico feminino. O grupo também visa criar centros de referência para o diagnóstico e tratamento da Incontinência Atlética no Brasil, com o desenvolvimento de protocolos de tratamento e prevenção da incontinência atlética. Saiba mais em:

https://crosscontinencebr.wixsite.com/crosscontinencebr

 

Referências;
1. Athletic Incontinence: Proposal of a New Term for a New Woman. Araujo MP, Sartori MGF, Girão MBC. Rev Bras Ginecol Obstet 2017; 39(09): 441-442.
2. Casey EK, Temme K. Pelvic floor muscle function and urinary incontinence in the female athlete. Phys Sportsmed. 2017;45(4):399-407. doi:10.1080/00913847.2017.1372677.
3. Goldstick O, Constantini N. Urinary incontinence in physically active women and female athletes. Br J Sports Med. 2014;48(4):296-298. doi:10.1136/bjsports-2012-091880.

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