Anna Valéria Gueldini
Insuficiência Ovariana Prematura

A interrupção permanente da menstruação em mulheres de meia-idade pode ocorrer fora da faixa etária esperada. Entrar na menopausa antes dos 45 anos é considerado ‘‘precoce’’, enquanto entrar na menopausa antes dos 40 é considerada ‘‘prematura’’ e denominada Insuficiência Ovariana Prematura (IOP). A prevalência desses dois tipos é estimada em cerca de 5% e 1% a 2%, respectivamente.

A IOP e a menopausa precoce estão frequentemente associadas a fatores subjacentes além dos níveis dos hormônios ovarianos. O tabagismo, alto índice de massa corporal e baixo nível socioeconômico têm sido associados com IOP e menopausa precoce. Além disso, a origem da IOP pode estar associada a anormalidade cromossômica, exposição tóxica, doença autoimune (lúpus, diabetes mellitus, doenças da tireoide), cirurgias (retiradas de ovários), tratamentos com quimioterapia ou radioterapia ou ainda ser sem causa aparente. A história familiar de IOP está presente em cerca de 4% das pacientes. Pesquisas recentes também sugerem que mulheres com IOP não relatam redução dos sintomas da menopausa com o envelhecimento.

Mulheres com menopausa prematura passam pela perimenopausa e podem ter os mesmos sintomas das mulheres com menopausa natural, incluindo ondas de calor, distúrbios do sono e secura vaginal. No entanto, em comparação com as mulheres que atingem a menopausa na idade típica, as mulheres que experimentam a menopausa de forma prematura – independente da causa – passam mais anos sem os benefícios do estrogênio e correm maior risco de alguns problemas de saúde mais tarde na vida, como osteoporose e doenças do coração.

Portanto, uma vez diagnosticada a IOP, torna-se fundamental acompanhamento médico especializado, a fim de minimizar as consequências da deficiência hormonal numa fase tão precoce da vida feminina. Se detectada alguma condição de saúde subjacente como motivo da insuficiência ovariana prematura, ela deve ser tratada. E para a deficiência estrogênica, o tratamento é feito através da terapia de reposição hormonal (TRH), em doses adequadas para a idade da paciente, respeitadas as contraindicações formais ao seu uso. Nesta situação, dá-se preferência aos hormônios naturais e a TRH deve ser estendida, pelo menos, até os 50 anos.

Importante lembrar que mulheres com IOP têm 5% a 10% de possibilidade de ter uma gravidez espontânea e, por isso, a contracepção deve ser considerada quando a mulher não deseja engravidar. Para as pacientes que desejam engravidar e encontram dificuldade pela insuficiência ovariana, as técnicas de reprodução assistida utilizando doação de oócito representam alternativa com bons resultados.

Além disso, a mudança de hábitos de vida mais saudáveis, aliada à prática de atividade física regular, ao controle do peso corporal e à interrupção do tabagismo, são medidas indispensáveis para manutenção da saúde geral feminina.

Referências:
1. ESHRE Guideline: management of women with premature ovarian insufficiency, Human Reproduction, 2016.
2. Sá MF, Benetti-Pinto CL. Insu ciência ovariana prematura. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO – Ginecologia, no. 43/ Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina).

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